CRISE DE COMUNICAÇÃO 

Um dos aspectos negativos do ser humano, após a queda é a inconstância. A pessoa começa a namorar, fica noivo e se casa. No início, tudo são flores, mas, com o passar do tempo, o relacionamento já não é mais o mesmo. Começam aparecer os espinhos. Surge a indiferença, reclamações, palavras ríspidas, etc. Lamentavelmente, o mesmo acontece na convivência com a igreja e até no relacionamento com Deus.

O número de casamentos infelizes está crescendo, e a quantidade de divórcios reflete isso. Em alguns países pesquisadores indicam que a porcentagem de divórcios entre os que se chamam evangélicos é igual a da população de forma geral. Pode ser que o número daqueles que se divorciam também da igreja pode ser ainda maior.

Na primeira carta aos Coríntios o apóstolo Paulo exalta o amor como pilar básico de qualquer relacionamento: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.”
1 Coríntios 13:4-8 NV

 Infelizmente, a maioria quer um relacionamento de amor egoísta. Querem ser amados, mas nāo se preocupam, com a reciprocidade. Querem ser amados pelo cônjuge, pela igreja e por Deus, mas não procuram corresponder ao mesmo.

No começo de um relacionamento, as pessoas amam conversar, amam o diálogo. Querem saber tudo um sobre o outro para, principalmente, fazer o que agrada o ser amado. Depois partem para o monólogo, para a ditadura do autoritarismo. Reclamam de quase tudo em casa, na igreja e até de Deus. Daí para partir para a crítica é um pulo. Consequentemente, o divórcio tem se tornado normal, comum na vida das pessoas.

A reclamação e a crítica insistentes sāo, na verdade, murmuração. A murmuração foi a resposta dos israelitas, no deserto, ao amor de Deus demonstrado pelos imensos milagres que fez para libertá-los do Egito. Igualmente, a Igreja e nossos cônjuges, às vezes têm se desdobrado em esforços para nos ajudar a transpor esse deserto que é a nossa jornada para o paraíso, e o que recebem, muitas vezes, é a murmuração.

Uma coisa que mina um relacionamento não é só o que falamos, mas como falamos. Dizem que na comunicação as palavras, ou seja o que dizemos, corresponde a 7%;  já o tom de voz envolve 38% e às expressões faciais e movimentos do corpo participam com 55%. Portanto, precisamos tomar cuidado para não projetarmos  nos outros as nossas frustrações. Uma pessoa alegre pode contagiar as outras pessoas, assim como uma pessoa amargurada contagia todo o ambiente, pois ela só vê os problemas, os defeitos. 

Paulo em sua carta aos Romanos adverte que devemos nos livrar de nossas negativas emoções interiores: “Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade.” Efésios 4:31 NVI. Ele acrescenta, no verso trinta e dois, que devemos perdoar, assim como Deus nos perdoou. 

Quanto ao tom de voz citado, devemos querer incessantemente aprender a dialogar com amor. Precisamos buscar sempre a solução do problema e não tentar apontar culpados. Que nossas interferências sejam sempre em amor, não em vingança, inveja, etc: 
“Amem uns aos outros com amor fraternal. Quanto à honra, deem sempre preferência aos outros.”  Ro 12:10 NAA

Devemos evitar guardar no armário sentimentos negativos contra familiares, irmãos e até, como já disse, contra Deus. Procuremos resolver diariamente todos os nossos conflitos externos e mesmo os internos: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.” Efésios 4:26 ARC

O antídoto para essa crise de comunicação, apesar de dizerem que vivemos a era da comunicação, é o amor, amor a Deus e ao próximo, como dizem os versículos a seguir: ““Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Respondeu Jesus: “ ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’.” Mateus 22:36-39 NVI

O livro de Malaquias diz que “…o senhor é  testemunha entre você e a mulher da sua mocidade…”. Portanto, que Deus não seja testemunha só no dia da realização das núpcias ou do nosso batismo na igreja de Cristo. Não podemos esquecer o Senhor no altar nos dois casos citados. Devemos convidá-lo também para continuar conosco em nossas casas, para que Ele continue testemunhando e ajudando diariamente nosso casamento e nossa relação com a noiva de Cristo, a igreja. 

Senhor, tenha misericórdia de nós. Não nos deixe envolver pelo brilho do mundo. Abra nossos olhos e que nosso coração seja realmente de carne.
Em nome de Jesus!
Amém!