ÓRFÃOS ESPIRITUAIS
Qual é a herança que estamos deixando para nossos filhos. Os pais, geralmente, se preocupam com o futuro dos filhos. Preocupam-se com a educação, o caráter e, também em deixar bens para eles, mas alguns estão negligenciando o futuro eterno deles.
Hoje vivemos a época das comunicações a distância, e muitas pessoas, cristãs, dão a desculpa de se afastarem da igreja alegando que assistem os cultos, as pregações apenas pelos meios de comunicação. Isso é como se a pessoa só ouvisse falar de Jesus, mas não participasse do corpo de Cristo. É como assistir um espetáculo teatral ou na TV e apenas aplaudir, sem literlamente contribuir em nada daquela obra. Alegam mil desculpas para a sua negligência.
Os desigreijados são como o filho pródigo que tinha um lar bom, acolhedor, mas queria mais do mundo. Deus vê os desigreijados como o filho pródigo. Eles a amam o noivo, Cristo, mas não amam a noiva, a Igreja. Ou seja desprezam a família que têm, a familia de Deus. Além de sofrerem inúmeras consequências por essa atitude podem levar seus filhos a também não gostarem da família igreja, também se tornarem indiferentes com a sua família de sangue.
A decisão de não frequentar uma igreja afeta profundamente a dinâmica familiar, especialmente na transmissão da fé para as novas gerações. A Bíblia ordena aos pais: *"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele"* (Provérbios 22:6). Contudo, esse ensino não se limita ao ambiente doméstico — ele se fortalece quando a família está inserida em uma comunidade que compartilha os mesmos valores. É sobre essa herança malígna sobre os filhos que vamos refletir um pouco.
A igreja funciona como uma rede de apoio multigeracional que complementa o papel dos pais a consolidação da fé e dos valores do bem para os filhos. Por exemplo eles têm exemplos de midelos de fé além dos pais. Crianças e jovens precisam ver outros adultos e colegas vivendo a fé de forma autêntica. Um avô que ora com fervor, um jovem que serve aos pobres ou uma professora da Escola Dominical que explica histórias bíblicas com paixão são exemplos que enriquecem a compreensão da criança sobre o que significa seguir a Cristo. Ou seja, os jovens têm a tendência de seguir mais os exemplos de fora e de menosprezar os exemplos do lar, e é importante esse exemplo ser da igreja e não do mundo.
As amizades cristãs, os Laços com outros jovens crentes ajudam a fortalecer a identidade espiritual em uma fase de questionamentos. Sem isso, crianças e adolescentes podem se sentir "estranhas" em ambientes seculares, sem amigos que compartilhem suas convicções sobre moral, sexualidade ou propósito de vida.
O isolamento incorre no perigo da fragmentação da identidade, pois quando a fé é vivida apenas em casa, sem a conexão com a igreja, os filhos podem desenvolver uma visão fragmentada da espiritualidade. Como crise de autoridade. Se os pais são a única fonte de ensino sobre a fé e temor a Deus, conflitos típicos da adolescência (como rebeldia) podem ser confundidos com rejeição à fé. Já na igreja, a mensagem é reforçada por líderes, professores e amigos, reduzindo a percepção de que "a fé é só uma opinião dos meus pais".
Também doutrinad e ritos coletivos como Batismos, celebrações de Páscoa e Natal, a Ceia do Senhor, e o fato de não partciparem da oferta do dízimo, perdem parte de seu significado simbólico quando vividos isoladamente. Esses ritos, na igreja, são memoriais coletivos que conectam a família a uma história maior — a da aliança de Deus com Seu povo.
Também há o Desafio de Enfrentar a Cultura Secular sem o apoio da igreja. Ela equipa as famílias para navegar em um mundo com valores muitas vezes antagônicos ao Evangelho tais como a Escola e a mídia. Jovens são constantemente expostos a mensagens sobre relativismo moral, consumismo e sexualidade desconectada do propósito bíblico. A igreja oferece um espaço seguro para debater essas questões à luz das Escrituras, com professores e colegas que oferecem perspectivas semelhantes.
O discipulado estruturado com programas como Escolas Dominicais, grupos de jovens ou acampamentos cristãos fornecem ensino sistemático que os pais, sozinhos, podem não conseguir replicar. Sem isso, a formação espiritual da criança fica restrita a devocionais esporádicos ou conversas informais.
A Falta de Rede de Apoio em Momentos de Crise quando as famílias enfrentam desafios como doenças, divórcio, vícios ou conflitos parentais. A igreja oferece aconselhamento pastoral e existem Líderes treinados para mediar conflitos e oferecer orientação baseada na Bíblia.
Além disso, há apoio prático como Irmãos que cuidam dos filhos em emergências, ajudam com refeições durante uma hospitalização ou oferecem suporte financeiro em crises. Com as orações coletivas, a certeza de que dezenas ou centenas de pessoas estão intercedendo juntas traz conforto e fortalece a esperança: “Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E, se houver cometido pecados, ele será perdoado.Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz.” Tiago 5:14-16
Sem essa rede, as famílias podem recorrer apenas a recursos seculares (como terapia ou assistência social), que, embora válidos, não integram a dimensão espiritual da cura e do perdão.
Jesus é exemplo do crescimento em comunidade. Jesus, embora fosse divino, foi criado em uma família que participava ativamente da comunidade religiosa. Lucas 2:41-52 relata que Ele ia anualmente a Jerusalém com os pais para a Festa da Páscoa. Sua vida adulta também foi marcada pelo discipulado em grupo (os doze apóstolos) e pela frequência à sinagoga. Se o Filho de Deus valorizou a comunidade, quanto mais nós, que somos limitados e vulneráveis?
Assim, há Consequências a Longo Prazo. Filhos criados à margem da igreja tendem a:
- Associar a fé a uma **rotina doméstica**, e não a um relacionamento vivo com Deus e Sua missão no mundo.
- Desenvolver **cinismo espiritual**, especialmente se os pais falharem em praticar o que pregam (já que não há outros modelos para contrastar).
- Perder a noção de **serviço ao próximo**, já que projetos missionários e sociais da igreja são oportunidades práticas de viver o amor cristão.
A igreja não é um "acessório opcional" para famílias cristãs, mas um **laboratório de graça** onde pais e filhos aprendem, falham, são corrigidos e restaurados juntos. Abrir mão disso é como remover uma árvore da floresta para plantá-la sozinha no deserto: mesmo com água (boas intenções), ela perderá a resistência que vem do ecossistema compartilhado. A promessa de Provérbios 22:6 depende não apenas da instrução dos pais, mas do ambiente comunitário que rega a semente plantada em casa.
Além do mais, negligenciar a Igreja é menosprezar o sacrifício de Jesus pela Igreja: “Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os designou como bispos [70], para pastorearem a igreja de Deus [71], que ele Comprou com o seu próprio sangue.” Atos 20:28
Obrigado Jesus, por essa “agência” do Reino de Deus, por essa embaixada para nos dar suporte nesse país estranho que não é nossa pátria.
Aleluia! Amém!
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