Com a exigência do mercado, cada vez mais competitivo, as pessoas estão procurando aprender novas línguas, premidas pelo mundo globalizado. Com o que concordamos plenamente. O problema é que alguns estão querendo se tornar bilíngües, mas se esqueceram de aprender português. Antes de ser um poliglota seria bom aprimorar os conhecimentos da língua pátria, a nossa língua, a última flor do Lácio. Se temos dificuldade para externar nossos pensamentos na língua materna, muito mais difícil o será em outro idioma.

É necessário, portanto, que primeiro aprendamos a nos comunicar em português. Uma criança, quando está começando a falar, comunica-se primeiramente com seus familiares. Nós precisamos aprimorar primeiro nossa comunicação com nossos conterrâneos. Estudemos nosso vernáculo, ampliemos nossas ideias e, assim, teremos o que dizer lá fora.  

Muitos estudantes, uma grande maioria, pensam que aprender a ler e escrever já é o suficiente. São resistentes à gramática, redação ou leitura. Têm um vocabulário mínimo para se entenderem com a “tribo”, resmungar alguns grunhidos contra o irmão chato, tentar se comunicar com os pais e, quem sabe, passar no vestibular, mesmo que não seja naquela área em que gostaria de atuar; isso basta.

Percebemos um sentimento de desprezo pelas coisas de nossa pátria. Uma apatia, menosprezo. Falta de patriotismo. Sim, porque não há nada que represente mais uma nação do que a sua língua. Ela é o primeiro e principal símbolo nacional. Quando começamos observar o comportamento de outros povos sobre este assunto, percebemos como o sentimento patriótico é arraigado e se manifesta especialmente pela defesa da sua língua.

Em conversa com uma professora universitária Argentina, ela disse que se você é um estrangeiro e mora no país dela, tem que falar bem o espanhol, sem cometer o mínimo erro. Caso contrário, será discriminado. No nosso país, se alguém aparece falando uma outra língua, especialmente o inglês, ele é alvo da simpatia e admiração da maioria. Estende-se para ele o tapete vermelho. É claro que não estamos defendendo o radicalismo, a xenofobia.

A hospitalidade, afetividade e alegria do povo brasileiro é uma marca registrada , reconhecida mundialmente sendo motivo de orgulho para nós. O que alardeamos é um amor maior pela nossa língua.