CRER  E AGIR

O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.”(Números 6:24-26)

Há momentos em nossa jornada em que parece que tudo está indo na direção contrária aos nossos sonhos. As portas se fecham, os recursos parecem acabar, os dias se tornam pesados e o coração vacila. Nessas horas, a tentação é grande: desistir, recuar, parar. Mas há um chamado de Deus ecoando nesse tempo: “Não abra mão dos sonhos que Eu coloquei no seu coração!”

A bênção sacerdotal, registrada em Números 6, não é apenas uma bela poesia ou um desejo genérico de bem-estar. É uma declaração poderosa sobre quem Deus é e o que Ele deseja fazer na vida dos Seus filhos. Ele deseja nos abençoar, nos guardar, nos envolver com Sua presença, nos tratar com misericórdia e, acima de tudo, nos dar paz em meio à guerra.

Confiar nas mãos de Deus é mais do que repetir palavras de fé. É viver de forma coerente com a confiança que declaramos. É entregar o controle, mas não a responsabilidade. É saber que, enquanto Deus opera no invisível, nós caminhamos no visível — crendo, mesmo sem ver.

Muitas vezes confundimos fé com inércia. Achamos que confiar em Deus é cruzar os braços e esperar que tudo caia do céu. Mas a fé verdadeira é ativa. Ela anda, mesmo sem ter todas as respostas. É como plantar uma semente: você não tem garantia de como será a colheita, mas mesmo assim cava a terra, lança a semente, rega, espera o tempo. Esse processo envolve confiança e ação.

Imagine uma pessoa que sonha em passar em um concurso público. Ela ora, jejua, entrega o sonho nas mãos de Deus — mas não estuda. Não se organiza. Não aproveita as oportunidades de aprendizado. O resultado é previsível. Lembro-me de uma “estória” que ilustra bem esse aspecto de que Deus espera nossa participação: “ um jovem ia fazer o vestibular ou o ENEM, tentou dois anos seguidos e, mesmo orando a Deus, não conseguiu passar. No terceiro ano começou orar de novo e Deus respondeu pra ele: pelo menos se inscrevano concurso”. Deus pode, sim, fazer milagres, mas Ele nos chama a cooperar com o milagre por meio da obediência e da diligência.

Outro exemplo: uma mulher ou um homem ora por restauração em seu casamento. Entrega nas mãos de Deus, mas não revê suas atitudes, não busca aconselhamento, não trabalha o perdão. A fé que move montanhas também move corações — e exige que cada um faça sua parte. A Bíblia é repleta de fatos em que Deus espera a participação do seu povo. Basta ver que os israelitas quando foram libertos do Egito tiveram que lutar para conquistar a terra prometida. Confiar em Deus não é cruzar os braços, é seguir caminhando mesmo sem ver o chão.

Não olhar para as circunstâncias, mas para Deus, é o segredo da perseverança. As circunstâncias gritam. Elas querem nos convencer de que nada vai mudar. Querem nos desviar da promessa e nos prender na dor do agora. O inimigo de nossa alma sabe disso e constantemente usará os cenários para tentar roubar nossa fé. Mas a Palavra de Deus nos ensina a manter os olhos fixos em Deus. Por isso, várias vezes vemos na Bíblia o Senhor dizendo: não temas.

Lembre-se de Pedro andando sobre as águas (Mateus 14:28-31). Enquanto seus olhos estavam em Jesus, ele andou sobre o impossível. Mas no momento em que olhou para o vento, começou a afundar. O que o fez afundar não foi o vento, mas o foco errado.

O que você tem olhado? Para a crise financeira? Para o diagnóstico médico? Para o abandono de pessoas que você amava? Olhar para essas coisas é natural, mas permanecer nelas é perigoso. Precisamos, como Paulo, aprender a andar por fé, e não por vista (2 Coríntios 5:7).

Outro ponto essencial é confiar no tempo de Deus. Não é fácil. Queremos agora. Mas Deus trabalha com processos. Enquanto esperamos, Ele trabalha em nosso caráter, na nossa fé, na nossa maturidade. Às vezes, o maior milagre não é aquilo que recebemos, mas quem nos tornamos enquanto esperamos.

Abraão esperou 25 anos pela promessa de um filho. José esperou mais de 13 anos entre o sonho e o trono. Josué (14:10-11) demorou 45 anos para tomar posse da terra que Deus prometeram a ele, e não desistiu. Davi foi ungido rei, mas voltou para cuidar das ovelhas. Todos eles tiveram motivos para desistir, mas não abriram mão do que Deus havia falado. E, no tempo certo, viram o milagre.

A bênção sacerdotal termina com uma declaração poderosa: “O Senhor te dê a paz.” Isso significa que, mesmo no meio da guerra, podemos descansar. Mesmo quando tudo parece desmoronar, a paz de Deus pode nos envolver como um escudo. Paz não é ausência de problemas. É presença de Deus no meio deles. É a tranquilidade de saber que Deus está no comando.

Um empresário cristão contou certa vez que, após ver sua empresa quase falir, decidiu entregar totalmente sua vida e seus negócios a Deus. Começou a tomar decisões baseadas em princípios bíblicos, mesmo quando pareciam ilógicas ao mundo. Aos poucos, Deus foi restaurando tudo — não da noite para o dia, mas de forma sólida e contínua. Ele disse: “Eu parei de correr atrás do sucesso e comecei a andar com Deus. E o sucesso me alcançou.” Quando colocamos tudo nas mãos de Deus, o resultado nunca será perda — será crescimento.

Números 6:24-26 é mais que uma oração. É um selo de Deus sobre os que confiam. É a garantia de que, mesmo diante de circunstâncias difíceis, há um Deus que guarda, que brilha sobre nós, que derrama misericórdia e nos sustenta com Sua paz.

Então, não abra mão dos seus sonhos. Não pare no meio do caminho. Não se deixe guiar pelo que você vê, mas pelo que Deus diz. Coloque tudo nas mãos dEle, mas continue andando, estudando, trabalhando, orando, perdoando, recomeçando — porque o Deus que promete é o mesmo que cumpre. Fique firme neste combate, porque a sua vitória já está preparada!

Até para a salvação é necessária nossa atitude, nossa ação. Veja o que Jesus disse: “aquele que crê e for batizado, será salvo “. Essa é a maior promessa e maior certeza que temos na vida. Deus está no comando de tudo, sempre. Ora vem Senhor Jesus!

Glória a Deus! Amém!