NOSSO DEUS É DILIGENTE, ZELOSO E DETALHISTA
“Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR Relaxadamente! Maldito aquele que retém a sua espada do sangue! “Jeremias 48:10.
Existem pessoas que são esforçadas nas suas atividades do dia a dia. Estudam com afinco, planejam, são responsáveis, são pontuais. Contudo, quanto a obra de Deus são negligentes. Sempre têm desculpas para não chegar na hora, são os primeiros a sair e quase “não têm tempo”. Deus quase não pode contar com elas, mas esperam respostas rápidas do pastor, dos irmãos e de Deus. É claro que Deus não espera que sejamos negligentes na nossa vida secular: “Sirvam com boa vontade, como quem serve ao Senhor, não aos homens, porque vocês sabem que o Senhor recompensará cada um pelo bem que praticar, seja escravo, seja livre.” Efésios 6:7-8 NVI. Contudo, o senhor espera também que usemos nosso atividade secular, nossa profissão, nossa empresa, como oportunidade para promover a obra de Deus, que é a salvação dos perdidos. O que fazemos para o mundo, ficará aqui, mas o que fizermos para o nosso semelhante e para Deus terá reflexo eternamente.
Jeremias 48:10 é um versículo que destaca a maldição para aqueles que negligenciam a obra de Deus. O texto enfatiza que aqueles que fazem a obra do Senhor com desleixo e que evitam usar sua espada, seu esforço, para proteger a justiça e combater o mal serão amaldiçoados. Fazem a obra pela metade. Não tem como dar para Deus a sobra, sendo que Ele nos deu a vida, e nos deu o que de mais precioso que tinha, que é Seu filho Jesus. “Veja o que disse Paulo aos Romanos: “Quanto ao zelo, não sejam preguiçosos. Sejam fervorosos de espírito, servindo o Senhor.” – Romanos 12:11
Essas palavras de Jeremias não são meramente um conselho, mas uma proclamação divina sobre a gravidade de servir a Deus com negligência. Em um mundo que frequentemente valoriza o imediatismo e o superficial, o texto sagrado nos convoca a refletir: como temos cumprido nossa missão como servos do Altíssimo? A resposta exige que compreendamos o caráter meticuloso de Deus, exemplificado nas Escrituras, e as consequências de negligenciarmos nossa responsabilidade espiritual.
A Bíblia revela um Criador que se importa profundamente com os detalhes. Quando instruiu Moisés a construir o tabernáculo (Êxodo 25-31), Deus especificou medidas, materiais e designs minuciosos, desde as cortinas de linho fino até os querubins bordados. Cada elemento simbolizava Sua santidade e a necessidade de aproximação reverente. Séculos depois, ao dividir a Terra Prometida (Josué 13-19), Ele orientou a distribuição precisa das heranças tribais, garantindo justiça e ordem. Esses relatos não são meros registros históricos; são lições sobre como Ele opera: com propósito, perfeição e atenção ao que parece insignificante.
Se Deus valoriza até os “fios” do tabernáculo, quanto mais os “fios” de nossas vidas — nossas ações, motivações e prioridades? Servir a Ele com excelência é honrar Sua natureza. A prova incontestável de que nosso Deus age nas minúcias, são os detalhes da criação do mundo por Ele.
A maldição mencionada em Jeremias 48:10 não é um castigo arbitrário, mas uma consequência natural da infidelidade. No contexto original, Moabe, orgulhoso e autossuficiente, falhou em reconhecer a soberania divina. Retirar a “espada do sangue” simboliza a recusa em combater o mal ou cumprir a missão dada — seja na guerra literal (como nas conquistas de Israel) ou na batalha espiritual (Efésios 6:12), que Deus nos chama para participar.
Eli foi sacerdote em Israel, uma posição de muito destaque, mas ele falhou em disciplinar seus filhos, que profanavam o sacerdócio, resultou em juízo sobre sua família e na derrota de Israel. (1 Samuel 2-4). Temos também, na parábola dos talentos, o servo que enterrou seu dom, foi chamado de “mau e negligente”, perdendo sua recompensa. (Mateus 25:14-30)
Consequências da Negligência:
- Espiritual: Afastamento da presença de Deus, esfriamento na fé, perda de propósito.
- Comunitário: Escândalos que enfraquecem a fé coletiva (1 Coríntios 5:6).
- Eterno: Prejuízo na prestação de contas diante do Tribunal de Cristo (2 Coríntios 5:10).
A imagem da “espada” em Jeremias remete ao engajamento ativo na obra divina. No Novo Testamento, a espada é a Palavra de Deus (Efésios 6:17), arma para combater mentiras, injustiças e é fundamental na pregação da palavra, e consequente salvação dos perdidos. “Retê-la do sangue” significa omitir-se diante do pecado, da injustiça ou da proclamação do Evangelho. É covardia espiritual, como Jonas tentando fugir de Nínive para não fazer a obra que Deus queria que fizesse.
Encontramos na palavra de Deus exemplos de eficiência na obra de Deus. É o caso de Neemias que reconstruiu os muros de Jerusalém, ele e todos os trabalhadores com uma mão na obra e outra na espada por causa das ameaças dos inimigos (Neemias 4:17), simbolizando vigilância e ação. Ele foi proativo, ou seja, se apresentou espontaneamente para fazer a obra. Jesus, é claro, se voluntariou para enfrentar a cruz com determinação (Lucas 9:51), cumprindo toda a justiça. “Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai”. João 10:18
Para que haja eficiência na obra de Deus é necessário o ministério planejar com zelo, como no tabernáculo, seja no culto, ensino , ajuda ao próximo ou comprometr-se com a grande Comissão (Mateus 28:19), usando nossos dons sem reservas. . Deus não é desleixado; por que nós seríamos?
Que a vida pessoal também seja um retrato da fé e do zelo no ministério. É fundamental que haja santificação mesmo “nas pequenas coisas”, honestidade no trabalho, na faculdade, enfim honestidade na vida em sociedade e integridade nos relacionamentos. Diligência não é perfeccionismo, mas entrega total, como a viúva pobre que ofertou tudo que tinha. (Marcos 12:44). Deus abençoa esforços sinceros, mesmo em fragilidade (2 Coríntios 12:9).
Jeremias 48:10 nos confronta, mas também nos convida à esperança: a maldição não é o fim da história. Arrependimento e retorno à diligência restauram nossa comunhão com Deus. Como Esdras, que “preparou seu coração” para buscar a Lei (Esdras 7:10), somos desafiados a servir com temor e alegria. Que ninguém precise dizer de nós: “Faltou um pouco” (Apocalipse 3:2). Afinal, Aquele que nos chama é fiel para nos capacitar (1 Tessalonicenses 5:24).
Finalmente, hoje, você tem desembainhado a “espada”, ou ela está embotada pela acomodação? Sua obra está marcada pela mediocridade? Lembre-se: servir a Deus é privilégio, não obrigação. Faça com que cada detalhe de sua vida grite: “Senhor, eu Te amo!”.
Amém!
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