JESUS E SUA PEDAGOGIA
A pedagogia de Jesus tinha como objetivo central desconstruir a mentalidade enraizada no judaísmo de que a salvação depende de méritos humanos, substituindo essa ideia pela confiança na graça Divina. Os métodos de Jesus são ainda atuais, oferecem lições valiosas para a evangelização, especialmente em contextos onde persiste a crença de que as obras garantem a salvação. Jesus utilizou estratégias didáticas marcantes, que combinavam autenticidade, equilíbrio, reflexão e adaptação ao público, visando não apenas informar, mas transformar vidas.
Um exemplo notável da pedagogia que Jesus usou para alcançar o que pretendia, pode ser visto nas cartas às sete igrejas do Apocalipse (Apocalipse 2-3). Nessas cartas, ditadas a João, Jesus adota uma abordagem que combina reconhecimento positivo com correção construtiva. Ele inicia cada mensagem elogiando as virtudes das igrejas antes de apontar suas falhas, uma técnica que demonstra sensibilidade pedagógica ao equilibrar encorajamento e exortação.
Essa prática de Jesus é um modelo para evangelização hoje. Ao iniciar com o reconhecimento dos méritos, o mestre cria uma conexão emocional com o aprendiz, facilitando a aceitação de críticas. Jesus não apenas apontava falhas, mas oferecia um caminho para a restauração, como na exortação à igreja de Laodiceia: “Repreendo e disciplino aqueles que amo; por isso, seja zeloso e arrependa-se” (Apocalipse 3:19). Para a evangelização moderna, isso implica reconhecer a fé genuína do interlocutor, mesmo que parcial, e depois, com amor, confrontar incoerências à luz das Escrituras.
Outro pilar da pedagogia de Jesus era que frequentemente usava perguntas para provocar autocrítica e engajamento. Os Evangelhos registram mais de 300 perguntas Suas, como “Quem dizem os homens que Eu sou?” (Marcos 8:27) ou “O que está escrito na Lei?” (Lucas 10:26). Essas interrogações desafiavam os ouvintes a pensarem criticamente, levando-os a conclusões próprias. Esse método evita confrontos agressivos e promove uma descoberta pessoal da verdade. Na atualidade, em vez de condenar posturas, pode-se usar perguntas como “O que você acha que a Bíblia diz sobre isso?”, incentivando reflexão sem imposição.
Hoje, testemunhos de vida funcionam como exemplo, ou seja, como as “parábolas modernas”, ilustrando a transformação gerada na vida das pessoas pela graça e tornando a mensagem tangível.
Já as parábolas são, talvez, a característica mais conhecida da pedagogia de Jesus. Essas histórias curtas e simbólicas, como a do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32) ou a do Bom Samaritano (Lucas 10:25-37), eram ferramentas poderosas para transmitir verdades espirituais de forma acessível e memorável. As parábolas conectavam-se diretamente ao cotidiano dos ouvintes, usando imagens familiares como sementes, campos, vinhas e relações familiares, o que tornava os ensinamentos relevantes e compreensíveis.
As parábolas tinham múltiplas funções pedagógicas. Elas capturavam a atenção, pois histórias são envolventes. Elas desafiavam normas culturais e religiosas, como na parábola do Bom Samaritano, que subvertia preconceitos contra samaritanos ao apresentá-lo como modelo de compaixão.
Além disso, as parábolas frequentemente deixavam os ouvintes com perguntas em vez de respostas definitivas, incentivando a reflexão contínua. Por exemplo, a parábola do Filho Pródigo não esclarece se o irmão mais velho reconciliou-se com o pai; cabe ao ouvinte decidir como a história termina em sua própria vida. Esse método narrativo era inclusivo, pois permitia que pessoas de diferentes contextos culturais e intelectuais se conectassem com a mensagem.
No papel de evangelização ou de pregação da palavra de Deus, podemos comparar as parábolas atualmente aos testemunhos de vida dos irmãos que tiveram suas vidas transformadas ao aceitaram Jesus. E também testemunham os milagres de Deus tem feito nas igrejas.Elas poderão servir de referência para os perdidos mostrando o que Deus pode fazer nas nossas vidas para nos ajudar, nos salvar.
A pedagogia de Jesus era profundamente contextualizada. Ele adaptava seus ensinamentos ao público, usando linguagem e imagens que ressoavam com suas experiências. A pedagogia de Jesus é um modelo atemporal de ensino que combina autenticidade, empatia, reflexão e narrativa. Ele ensinava o que praticava, o que vivia, dando credibilidade às suas palavras. intes demonstra sua empatia e compreensão das realidades humanas.
Além disso, seus ouvintes mesmo diziam queJesus ensinava com autoridade (Marcos 1:22). Essa autoridade vinha porque ele vivia o que ensinava. Seu comportamento autenticava a sua fala. Gosto muito da expressão a seguir que acredito que foi Deus que me deu: “O Senhor é o Deus da palavra, e também um Deus de palavra “. Sua pedagogia não era apenas sobre transmitir conhecimento, mas sobre mudar vidas, convidando cada pessoa a uma jornada de autodescoberta e fé.
Portanto, temos o exemplo do maior professor que já existiu, Jesus. Afinal, como já disse, Ele é o criador da palavra, por isso que a usou com tanta sabedoria. Relembrando, Ele elogiava, reconhecia valores; não só condenava mas estimulava a restauração; levava as pessoas a concluírem os próprios erros através de perguntas que Ele fazia; interagia com os ouvintes, procurando conhecê-los; ilustrava sua pregação com parábolas o que podemos fazer usando os testemunhos; conhecia a palavra de Deus no Antigo testamento para responder quando era contestado e ensinava com autoridade por que ensinava o que praticava. E, além disso,um dos aspectos dos ensinamentos de Jesus é que Ele, várias vezes, mostrava que o que estava dizendo encontrava-se no Antigo Testamento. Tanto assim que os estudiosos dizem que a expressão “está escrito”, dita por Jesus e pelos apóstolos, aparece 60 ou 65 vezes no novo testamento, dependendo da versão Bíblia. Portanto, nós também precisamos conhecer a Palavra de Deus para que nossa mensagem seja eficiente e eficaz, dando bons frutos.
Que o Senhor Espírito Santo nos capacite para sermos luz neste mundo, como seguidores de Jesus, abrindo os olhos dos perdidos para a maravilhosa Graça oferecida por Jesus.
Aleluia! Amém!
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