MALES DO RESSENTIMENTO, MÁGOA.
Muitas vezes, o ressentimento surge porque a pessoa ferida não sente que recebeu justiça. Ela se agarra à mágoa como uma forma de autoproteção ou como uma tentativa de “punir” o outro. No entanto, na maioria das vezes, quem mais sofre com isso não é quem causou a dor, mas quem a carrega.
Muitas vezes podemos ter mágoa de situações como por estar doente, por não alcançar sucesso, por inveja do sucesso de outros, alguns têm mágoa dos pais achando que eles preferem mais determinado filho e mesmo têm mágoa até de Deus. É o que aconteceu com os israelitas no desertao: ““Queixaram‑se nas suas tendas, dizendo: “O Senhor nos odeia; por isso, nos trouxe do Egito para nos entregar nas mãos dos amorreus e nos destruir.”Deuteron 1:27 NVI
Muitos casamentos acabam não por falta de amor, mas porque o ressentimento acumulado se tornou insuportável. Crianças que crescem em um ambiente de ressentimento aprendem, desde cedo, a guardar mágoas, tornando-se adultos inseguros ou rancorosos. Ou seja, uma pessoa que guarda mágoa no coração contamina o ambiente, quer seja o lar, a escola o trabalho e até a igreja.
O termo “ressentimento” vem do latim resentire, que significa “sentir de novo”. Isso já mostra a essência desse sentimento: reviver constantemente uma dor passada. Quando alguém nos machuca, seja de propósito ou sem intenção, temos duas escolhas – perdoar e seguir em frente ou alimentar o ressentimento e carregar essa dor conosco.
A ciência já constatou que pessoas que guardam ressentimentos por longos períodos frequentemente apresentam estresse crônico. O corpo fica constantemente em estado de alerta, liberando hormônios como cortisol e adrenalina, o que pode levar à exaustão física; pressão alta, problemas cardíacos e consequente risco de doenças cardiovasculares; dores musculares e enxaquecas. A tensão emocional acumulada pode gerar dores físicas, especialmente nas costas, ombros e cabeça, problemas gastrointestinais. O estresse emocional pode afetar a digestão e causar gastrite, úlceras e outros distúrbios intestinais
O ressentimento pode levar a transtornos emocionais sérios, como a ansiedade, pois a pessoa está sempre revivendo o passado e tem dificuldades de confiar nos outros. Pode levar também à depressão. Os sentimentos prolongado de mágoa e injustiça podem gerar tristeza profunda e até levar ao isolamento social. O ressentimento pode gerar uma baixa autoestima, pois se alguém alimenta ressentimentos, muitas vezes sente que não é valorizado, o que pode afetar sua autoimagem.
Diante desses males que o ressentimento contra alguém, no íntimo émotivado pela falta de perdão. E é por isso, que Jesus, sabedor dos estragos que esse mal pode causar a nós e a outros pregou sobre o perdão. Parece injusto exercer o perdão a tantas situações de injustiça que vivemos, mas Deus não está alheio ao que acontece com seus filhos. Ele é um Deus justo e toda injustiça que sofrermos não ficará impune e aquele que a causou sofrerá as consequências.
O Senhor afirma que Ele tomará à vingança em suas mãos: “Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: “Minha é a vingança; eu retribuirei” [83], diz o Senhor. Romanos 12:19
Quando tomamos a vingança em nossas mãos, podemos ser injustos. Já vimos isso no noticiário quando pessoas fizeram justiça com próprias mãos, chegando a matar uma pessoa e depois descobrem que ela não era culpada. Nosso Deus é justo e à vingança dele faz justiça ao ofendido e ao ofensor. Não duvide, Deus não deixa impune injustiças contra seus filhos, por menor que tenha sido a ofensa. Deus castiga até aqueles que escarnecem, que zombam de seus filhos (Ezequiel 36)
Além do mais, quando perdoamos as ofensas e oferecemos, portanto, misericórdia nós recebemos de volta, do Senhor, misericórdia com bênçãos:”Não retribuam mal com mal, nem insulto com insulto; ao contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem bênção por herança”. 1 Pedro 3:9.
Veja a reflexão a seguir sobre a falta de perdão:“Se nos recusarmos a perdoar, entramos em águas perigosas. Primeiro, recusar-se a perdoar é nos colocar no lugar de Deus, como se a vingança fosse nossa prerrogativa, não a dele. Em segundo lugar, a falta de perdão diz que a ira de Deus é insuficiente. Para os incrédulos, estamos dizendo que uma eternidade no inferno não é suficiente; eles precisam do nosso tapa na cara ou ombro frio para “até mesmo as escalas” da justiça. Para o crente, estamos dizendo que a humilhação e a morte de Cristo não são suficientes. Em outras palavras, sacudimos nossos punhos para Deus e dizemos: “Seus padrões podem ter sido satisfeitos, mas meu padrão é maior!” Finalmente, recusar-se a perdoar é a mais alta forma de arrogância. Aqui estamos perdoados. E enquanto nos aquecemos no perdão de um Deus perfeitamente santo e justo, nos voltamos para nosso irmão e dizemos: “Meus pecados são perdoáveis, mas os seus não”. Em outras palavras, agimos como se os pecados dos outros fossem significativos demais para perdoar, ao mesmo tempo em que acreditamos que os nossos não são significativos o suficiente para importar.”
― Voddie Baucham Jr., Joseph e o Evangelho de Muitas Cores: Lendo uma História Antiga de uma Nova Maneira
Portanto, o perdão é fundamental para uma vida cristã que verdadeiramente ama a Deus. Deus não nos pede aquilo que ele mesmo não está disposto a praticar. Ele nos perdoa, e vai mais além, enviou seu filho para sofrer e propiciar o meio eficaz para nos perdoar. É por isso que muitas passagens nas escrituras ensinam o perdão e o Senhor ensinou sobre o perdão na oração que ensinou aos seus discípulos: “Perdoa-nos os nossos pecados, pois também perdoamos a todos os que nos devem. E não nos deixes cair em [51] tentação [52]”. Lucas 11:4
Senhor Espírito Santo ajude-nos a “não cair em tentação“ e ter um coração quebrantado para que possamos perdoar e até orar por aqueles que nos feriram. Ajude-nos para que possamos fazer a oração do Pai Nosso com sinceridade e convicção quando dissermos que assim como Jesus nos perdoou, também perdoamos os nossos devedores.
Em nome de Jesus!
Amém!
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