O PECADO PODE SER CONTAGIOSO


Essa questão do contágio do pecado fica muito evidente no episódio da volta dos israelitas quando estavam cativos na Babilônia e foram libertos e autorizados pelo rei Ciro para poderem voltar para Jerusalém.


Eles não vieram de uma só vez, vieram em três levas. A segunda leva voltou liderada pelo sacerdote Esdras alguns anos depois da primeira. Quando Esdras chegou já encontrou aqueles que vieram antes aprontando de novo. Muitos deles, principalmente os líderes espirituais, haviam se casado com mulheres dos povos vizinhos. 


Esdras, quando soube disso se desesperou: Quando ouvi isto, fiquei tão chocado que rasguei a minha túnica e o meu manto, arranquei os cabelos da cabeça e da barba e me assentei completamente desorientado.” Esdras 9:3 NBV-P


Ele ficou atordoado assim porque o senhor já havia prevenido que se eles casassem com mulheres dos povos da terra elas iriam pervertê-los, ou seja, contagiá-los com suas práticas idólatras, pois eram adoradores de demônios, faziam sexo dentro dos seus templos, queimavam criancinhas a esses ídolos, etc. E o Senhor ainda os advertira de que os castigaria se assim agissem. 


“Não casem com pessoas dessas nações; não deem as suas filhas aos filhos dessa gente, nem tomem as filhas deles para os filhos de vocês, pois elas levariam os filhos de vocês a se desviar de mim, para que servissem outros deuses. Assim, a ira do Senhor se acenderia contra vocês e depressa ele os destruiria.”Deuteronômio 7:3-4 NAA


Outro exemplo desse contágio é o pecado da covardia, do medo. Em Deuteronômio 20 há instruções para o povo de Deus, para que quando saíssem para a guerra não temessem, mesmo que as condições parecessem totalmente desfavoráveis, pois Deus estava com eles. E que eles se lembrassem que foi o senhor quem os tirou do Egito. Precisamos sempre nos lembrar de que é o Senhor quem está nos conduzindo para a terra prometida. Contudo o Senhor orienta para que os covardes voltem para casa para não contagiar o resto da tropa: “Por fim os oficiais acrescentarão: ‘Alguém está com medo e não tem coragem? Volte ele para sua casa, para que os seus irmãos israelitas também não fiquem desanimados’.”Deuteronômio 20:8 NVI


A covardia é o oposto da fé. É falta de confiança em Deus. Inclusive no livro de Apocalipse diz que os covardes irão arder no fogo do inferno (Ap 21.8)


Outro exemplo de contágio do pecado, e que é muito comum nas igrejas, é o da murmuração. Os israelitas quando estavam vindo do Egito para a terra prometida, influenciados  pelos estrangeiros que estavam no meio deles e que estavam cheios de gula, começaram também a murmurar com saudades da comida do Egito: Um bando de estrangeiros que havia no meio deles encheu-se de gula, e até os próprios israelitas tornaram a queixar-se e diziam: “Ah, se tivéssemos carne para comer!”Números 11:4 NVI


A murmuração, como vimos, é contagiosa e pode levar a família, a empresa ou a igreja a ter sérios problemas, como aconteceu com os israelitas no deserto. Murmurar é reclamar de Deus, orar é falar com Deus.


Contudo, a um outro pecado que contamina e prejudica enormemente a igreja, que é a fofoca ou mesmo a maledicência, a calúnia. No livro de provérbios o senhor cita seis pecados que odeia, mas diz que o sétimo sua alma detesta: “Seis coisas o Senhor Deus odeia, e uma sétima a sua alma detesta: olhos cheios de orgulho, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que faz planos perversos, pés que se apressam a fazer o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia discórdia entre irmãos.”Provérbios 6:16-19 NAA


A maledicência às vezes vem coberta com a capa de santidade, estou contando para gente poder orar


Esses foram apenas alguns exemplos de pecados que podem nos prejudicar. Portanto precisamos tomar atitudes de profilaxia para evitarmos cada vez mais o pecado em nossas vidas e consequentemente nas vidas que se espelham em nós. E o primeiro passo, é claro, é termos a cobertura do sangue de Jesus e em seguida devemos buscar a intercessão e santificação  que podem levar as pessoas a terem seus olhos abertos para os seus erros.  Isso aconteceu quando os israelitas viram o quanto Esdras estava abalado com o pecado deles e também ficaram perturbados, lamentando arrependidos: 


Enquanto Esdras orava, confessando e intercedendo pelo povo, prostrado diante da Casa de Deus, uma grande multidão de israelitas, homens, mulheres e crianças, reuniram-se em volta dele. Eles também choravam e se lamentavam pelo erro cometido.” Esdras 10.1




Portanto, temos contagiado as pessoas com que convivemos com o vírus do pecado, ou ao contrário eles veem em nós o exemplo de busca de santidade? Nossos familiares, vizinhos, amigos, colegas de trabalho ou mesmo irmãos da igreja, nos vêm sempre orando, lendo a Bíblia e indo sempre à igreja; ou nos vêm reclamando, murmurando contra eles, contra o Pastor, contra o governo, ou mesmo contra Deus. Nós os infectamos com o vírus do medo da covardia, ou transmitimos coragem, fé e amor? Nós somos como Davi, ousados e corajosos em Deus, ou somos como os irmãos dele, murmuradores? Tememos as ameaças do diabo, mas não tememos a Deus.


O maior exemplo de purificação pela intercessão e santidade é o Senhor Jesus que através dos séculos e até hoje continua eliminando o pecado de milhões de vidas. 


Alguém já disse que o exemplo não é a melhor maneira de ensinar, é a única. Portanto, se nossas atitudes não corresponderem ao que falamos, ao invés de levarmos as pessoas a Cristo, vamos afastá-las. Principalmente nossos entes queridos.  Que o senhor tenha misericórdia de nós para que possamos confirmar nossas palavras de bênçãos com nossas atitudes através do poder do teu Santo Espírito. E que o Senhor nos perdoe as vezes em que falhamos neste propósito.

Glória a Deus!

Pr  Lúcio Barreto (pai)