NÃO TENTARÁS A DEUS

Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.  Mateus 4:7


“Não tentar a Deus” é um princípio vital expresso nas Sagradas Escrituras, destacado em Mateus 4:7, quando Jesus responde a Satanás durante a tentação no deserto. Este preceito ressoa ao longo da Bíblia em outras passagens, refletindo a importância da confiança e da obediência a Deus, em vez de testá-Lo ou desafiá-Lo. Tentar a Deus é como se o filho dissesse para o pai ou a mãe que eles tinham o compromisso, a obrigação de arender a sua vontade, caso contrário estariam errados. É como alguém já disse sobre a tentação de Jesus no deserto: “agir como se Deus estivesse ali para servir seu Filho, e não o contrário”. (Keener, 141)


O princípio de “não tentar a Deus”, é um chamado à confiança e à obediência a Deus, em vez de colocá-Lo à prova. Este ensinamento, essencial para a fé, é um lembrete da soberania e da sabedoria de Deus, que merece nossa reverência e confiança inabaláveis.


A lição subjacente a essa resposta vai além do contexto específico da tentação no deserto. Ela ecoa ao longo das páginas da história sagrada, desde os tempos do Antigo Testamento até os dias atuais. A história de Israel, por exemplo, está repleta de exemplos de tentativas de testar a paciência e a fidelidade de Deus. Desde os dias do êxodo do Egito até a peregrinação no deserto, os israelitas frequentemente duvidavam e desafiavam a Deus, buscando constantemente sinais e confirmações.


Esses episódios não apenas revelam a fraqueza humana, mas também destacam a importância de confiar incondicionalmente em Deus. Tentar a Deus é

uma expressão de descrença e falta de reverência, que frequentemente resulta em consequências adversas. A história de Israel serve como um lembrete vívido de que aqueles que tentam a Deus acabam enfrentando Seu julgamento e disciplina.


Sobre tentar a Deus, a primeira tentação de satanás a Jesus, envolveu comida. A mesma tentação que causou a queda de Adão e eva, e consequentemente de toda humanidade. Satanás, às vezes, é pouco criativo, e, mesmo assim, muitos caem nas ciladas dele. Essa de comida é, como já disse em outro artigo, o consumismo que nada mais é do que querer ser dono do mundo. 


Nosso estilo de vida quebrando princípios pode ser considerado como tentar a Deus. Viver indisciplinadamente, comendo demais e errado, dormindo pouco, sedentário, trabalhando em excesso numa cobiça descabida por ser o melhor e ter o melhor, o melhor carro, a melhor casa, o diploma mais destacado. Com isso, valores primordias são esquecidos. Não vemos os filhos crescerem, não temos tempo para transmitir valores a eles. E, às vezes, quando acham que o cônjuge já não é mais aquele com quem se casaram, trocam-no por outro. Consumiu um casamento e agora parte para outro.


Vi um vídeo de um pastor no púlpito com uma enorme cobra no pescoço e, de repente, ela deu-lhe um bote no pescoço e o sangue jorrou, e ele saiu carregado. Soube de outro pastor que, em alto mar, resolveu andar sobre as águas e morreu afogado. Há pessoas que resistem em procurar médico, ou tomar remédio alegando que Deus deve curá-lo. Caem naquele pensamento de que “eu determino”. Deus é quem dá sabedoria e conhecimento aos médicos e cientistas, e não satanás: “Porque o SENHOR dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Prov 2:6


A sugestão do diabo, contudo, é testar a verdade literal da promessa de protecção de Deus, criando 


deliberadamente uma situação na qual o Senhor será obrigado a agir para salvar a vida do seu Filho. Não devemos testar a fidelidade de Deus à sua palavra colocando situações em que tentamos forçá-lo a agir de determinada maneira. A Bíblia diz que se alguma situação imprevista, da qual não temos condição de superar, acontecer, Ele nos ajudará. Veja o versículo a seguir: “pegarão em serpentes; e, se beberem algum Veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados”.  Marcos 16:18. O versículo diz que “se” e não quando beberem, ou seja, se tivermos alguma atitude, ou alguma circunstância que nos oprime independente da nossa vontade, Deus nos livrará, mas se quebrarmos princípios, como já disse, estamos tentando a Deus. Portanto, se nos desviarmos do pecado, seremos guardados por nosso Pai, mas ao contrário, pecando estamos pondo o Senhor à prova e  ficamos vulneráveis aos ataques de emissários de satanás e suas consequências. Foi o que aconteceu com nossos antepassados no deserto: “Não devemos pôr o Senhor à prova, como alguns deles fizeram e foram mortos por serpentes. “1 Coríntios 10:9. Já o apóstolo Paulo, que era temente a Deus, foi mordido por uma serpente e nada lhe aconteceu. (Atos 28:3-5). Isso porque foi uma situação inesperada.


Em vez de testar a Deus, somos chamados a confiar Nele de todo o coração e a reconhecer Sua soberania sobre todas as coisas. Provérbios 3:5-6 nos lembra: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas”.


Confiança e obediência são os antídotos para a tentação de testar a Deus. Quando confiamos Nele e seguimos Seus caminhos, experimentamos Sua fidelidade e provisão. No entanto, isso não significa que não enfrentaremos desafios ou incertezas. Pelo contrário, a vida de fé muitas vezes nos leva a territórios desconhecidos, onde somos chamados a confiar em Deus mesmo quando não entendemos Seus planos.


Tentar a Deus é colocar-nos em situações difíceis,achando que Deus chancela tudo que fazemos. É achar que ele é  nosso admirador e, mesmo pulando a cerca um poquinho, Ele nos livrará.

Afinal temos dons, pregamos, cantamos, oramos e pessoas são curadas, ou libertas, ou salvas. Achamos, como dizem por aí, que somos o “cara”.  Com isso estamos pondo Deus à prova, mas nos esquecemos de que as promessas de Deus, em geral, contêm o se. Ao testar a Deus nos esquecemos do “se”, ou seja, estamos nos testando também, ou seja estamos testando a nossa fé, nossa santidade, os propósitos do Senhor e também estamos testando se nossos propósitos são os propósitos de Deus. 


Jesus não provou para satanás que Ele, Jesus, era filho de Deus, com espetacularização ou banalização do poder de Deus, e assim obedecendo a satanás, mas provou Sua fidelidade obedecendo fielmente as Escrituras e, sim, buscando fazer, durante sua vida, a vontade de Deus e não a de satanás.


Senhor, ajude-nos para que busquemos sempre fazer a Tua vontade, e nunca duvidemos das Tuas promessas e que o Teu Santo Espírito sempre nos mostre os caminhos que devemos seguir para agradá-lo.

Em nome de Jesus.

Amém!