O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO 


 7E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? 8Produzi, sim, frutos que mostrem vosso arrependimento! 9Não presumais de vós mesmos, dizendo: ‘Temos por pai a Abraão’; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode gerar filhos a Abraão. 10O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Mateus 3 

 João Batista chamou os fariseus e saduceus de "raça de víboras" como uma forma de repreensão e crítica às suas atitudes hipócritas e más intenções. Ele estava enfatizando que eles pareciam justos por fora, mas suas ações e corações estavam cheios de falsidade e maldade. A metáfora da "raça de víboras" é usada para transmitir a ideia de que eles eram perigosos e enganosos, assim como as serpentes. 

 Esses religiosos se julgavam justos aos seus próprios olhos e seguiam estritamente as próprias interpretações das leis e as tradições orais, não importando o fato de elas não estarem de acordo com a palavra de Deus. Por esse motivo, mais tarde, vieram a ser inimigos ferrenhos de Cristo. 

João desafia os fariseus e os saduceus a fazerem um reconhecimento público de arrependimento por meio do batismo, e, mais do que isso, também demonstrando uma mudança de vida, abandonando preceitos e passando a viver o amor. Isso serve para nós hoje, pois a fé e o batismo sinceros demonstram um verdadeiro arrependimento dos pecados e, consequentemente levam a uma mudança de vida. Ou seja, levam à prática de boas obras, fruto da transformação que o Espírito Santo, agora em nós, exerce em nossos procedimentos. A luta dos novos cristãos atualmente não é tanto com o legalismo, como dos fariseus e saduceus, mas com a necessidade de vencer o mundanismo arraigado em quase todos os aspectos da nossa cultura. 

O arrependimento é princípio fundamental no reino de Deus. Tanto assim que João Batista pregava o batismo do arrependimento. Jesus também iniciou o seu ministério conclamando as pessoas ao arrependimento: “17Daquele momento em diante Jesus passou a pregar e dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus!” Mateus 4. João e Jesus conheciam o orgulho e o comportamento interesseiro desses religiosos, e, por isso, considerava que eles não eram movidos pelo arrependimento, então usaram de palavras duras com eles. 

Por isso, o capítulo vinte e três do livro de Mateus é quase todo dedicado a criticá-los. Eis apenas dois destes versículos: “ Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês devoram as casas das viúvas e, para disfarçar, fazem longas orações. Por isso serão castigados mais severamente.”Mateus 23:14 e “Serpentes! Raça de víboras! Como vocês escaparão da condenação ao inferno?” Mateus 23:33. Quando João Batista e Jesus chamam os religiosos de “raça de víboras”, podem estar falando da ascendência deles “raça”. Nos trazem à memória que foi uma serpente que enganou Eva no paraíso, e que tanto mal causou. 

Jesus os chama de hipócritas porque oprimiam as pessoas com preceitos de homens, aos quais eles mesmos não obedeciam: “Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o Dedo querem movê-los”.  Mateus 23:4. Que isso nos sirva de alerta para que não caiamos no mesmo erro, principalmente os líderes, que não estejamos exigindo do nosso próximo, ou da igreja, atitudes que não são bíblicas e que nós mesmos não praticamos. Sem dúvida, a pregação do arrependimento pode livrar muitas almas da perdição. Foi o que aconteceu quando Jonas foi e pregou para o povo de Nínive a necessidade de arrependimento dos pecados. A população de Nínive acreditou em Deus e praticaram obras de arrependimento. Convocaram um jejum e vestiram-se de saco, desde o maior até o menor. Inclusive O próprio rei participou e decretou um jejum, extensivo até para os animais. Com isso, o Senhor Deus resolveu não destruí-los: “Tendo em vista o que eles fizeram e como abandonaram os seus maus caminhos, Deus se arrependeu e não os destruiu como tinha ameaçado.”    Jonas 3:10 

 João e Jesus sabiam que esses religiosos tinham o coração endurecido pela vaidade e que esses religiosos sabiam que arrepender é admitir que estavam errado. E, portanto, se demonstrassem, e produzissem frutos de arrependimento iriam perder seus privilégios de poder e financeiros, pois estariam confessando que agora a salvação é pela graça e não pelas obras que eles pregavam. Portanto, quem está disposto a crer e aceitar Jesus hoje como seu Salvador, deve estar disposto a renunciar ao seu eu para tomar a sua cruz e segui-lo. Muitos querem as bênçãos, a salvação, mas resistem em não se arrepender dos seus erros. Em outras palavras, querem as bênçãos do céu e mas continuar tendo benesses do mundo. Que o Senhor nos ajude a termos um coração contrito e arrependido. Que o Senhor Espírito Santo nos guie para que busquemos a Deus sempre com um coração sincero, e que busquemos com amor apresentar aos perdidos a maravilhosa graça de salvação através de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. Em nome de Jesus. Amém!