Há algum tempo já abordei o tema da fé ser objetiva ou subjetiva e quero voltar a esse tema refletindo mais sobre alguns aspectos. 

 A fé é a base da vida cristã. A fé racional é um conceito que tem sido sempre discutido por teólogos e filósofos. Alguns consideram que a fé é como um sentimento interior, como o amor. Contudo o conceito mais comum é de que a fé não é cega, mas está alicerçada em algo, ou seja, ter fé é uma decisão baseada em evidências e razão. No entanto, a fé racional procura unir a crença com a razão, com argumentos que sustentam essa crença. 

 A fé é a crença em algo que não pode ser comprovado ou visto, mas que é considerado verdadeiro. Ou seja, é considerada como algo etéreo. No entanto, há uma corrente de pensamento que defende a ideia de que a fé também pode ser racional, ou seja, pode ser justificada por meio da razão e do conhecimento. A ideia da fé racional é baseada no entendimento de que a fé e a razão não são excludentes, mas sim complementares. A fé racional não se baseia em emoções ou sentimentos, mas sim em uma compreensão lógica e racional da Bíblia. 

A Bíblia apresenta diversos exemplos de fé racional. Um dos mais notáveis é o de Tomé, que ficou conhecido como "o incrédulo" por ter duvidado da ressurreição de Jesus. No entanto, quando Jesus apareceu a ele e permitiu que tocasse em suas mãos e em seu lado ferido, Tomé se converteu e proclamou: "Senhor meu e Deus meu!" (João 20:27-28). Tomé não apenas acreditou, mas baseou sua crença em evidências concretas. É claro que pode haver fé sem evidências do momento, palpáveis. Pode ser através de um sonho, uma revelação ou relatos pessoais ou Bíblicos. O próprio Senhor Jesus disse a Tomé: “Então Jesus lhe disse: “Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram”.   João 20:29 

Outra passagem em que encontramos a evidência da fé, foi quando Deus chamou Moisés no deserto para que ele fosse libertar o povo do Egito e ele ficou vacilante, achando que não acreditariam nele, então o Senhor fez alguns milagres e Moisés foi e realizou os mesmos milagres diante deles e eles creram ( Exôdo 4). 

 O apóstolo Paulo usava argumentos e evidências para pregar o evangelho. Em Atos 17, Paulo pregou em Atenas, utilizando a cultura e a filosofia dos gregos para apresentar o evangelho de forma racional. Paulo então cita um poema pagão grego com o título "Cretica", escrito por volta de 600-700 AC por Epimênides em louvor do deus grego Zeus. A citação de Paulo foi tirada desta parte: "Eles edificaram uma tumba para vós, tumba santa e alta, Seus cretenses, sempre mentirosos, feras do mal, barrigas ociosas. Mas tu [Zeus] não estás morto: Tu vives e permaneces para sempre, Pois em ti vivemos e nos movemos e temos nosso ser." 

 Paulo cita o último verso do poema acima para argumentar: "Nele vivemos" significa que é ele a fonte de nossa vida; "nele... nos movemos" está dizendo que é ele quem sustenta todo o nosso viver; "nele... existimos" significa que nossa existência é totalmente dependente dele. Logo ele conclui, se nossa vida depende em tudo de Deus, como acaba de ser dito nesse verso, Deus não pode ser uma estátua inanimada, pois eles eram idólatras. Veja o que Paulo diz no o verso seguinte da Bíblia: “Assim, visto que somos descendência de Deus, não devemos pensar que a Divindade é semelhante a uma escultura de ouro, prata ou pedra, feita pela arte e imaginação do homem.”Atos 17:29 

 Vejamos, também, que quando Jesus enviou os doze, capacitou-os dando-lhes poder e autoridade (Lc 9:1), o que os discípulos não tinham até então. O objetivo era que fossem bem recebidos como homens de Deus pela autoridade que tinham sobre os demônios e poder sobre enfermidades. Isso fortaleceria a fé dos ouvintes. Veja o que próprio Senhor Jesus fala sobre os milagres: “Ai de você, Corazim! Ai de você, Betsaida! Porque se os milagres que foram realizados entre vocês o fossem em Tiro e Sidom, há muito tempo elas teriam se arrependido, vestindo roupas de saco e cobrindo-se de cinzas.” Lucas 10:13 NVI. Portanto, irmãos, quando saírmos em missão clamemos que o Senhor nos dê poder e autoridade, principalmente se o missionário estiver diante de um povo que não conhece o Senhor Jesus.

 Para finalizar, nossa fé em que Jesus é o Filho de Deus que veio a terra para nos salvar, está firmada em inúmeras evidências. Jesus mostrou sua divindade pelos inúmeros milagres que fez. Curou variedades de enfermidades. Curou cegos, surdos, mudos, leprosos, paralíticos e ressuscitou mortos. Multiplicou pães e peixes, expulsou demônios, deu ordens à tempestade e desafiou as leis da física andando sobre as águas. Portanto, seus atos e suas mensagens carregadas de infinita sabedoria e amor ao próximo atestam que realmente Ele é Deus. Se Jesus não tivesse existido, seria impossível um ser humano ter criado conceitos tão revolucionários que ultrapassam o tempo e altera culturas e comportamentos há mais de dois mil anos. Realmente seus ensinamentos retratam a cultura do céu, por isso são tão diferentes dos princípios egocêntricos da terra. É o princípio do amor, pois Deus é amor. Jesus realmente é Deus! Haleluia! Glória a Deus! Amém