O CRENTE E A POLÍTICA 

O envolvimento dos evangélicos na política continua a ser um tema de  debate nas igrejas e na sociedade em geral. Enquanto alguns argumentam veementemente a favor da participação ativa dos evangélicos na política como uma forma de influenciar positivamente a sociedade, outros levantam preocupações sobre os possíveis riscos de se misturar religião e política.


Um ponto de vista comum entre aqueles que apoiam o envolvimento dos evangélicos na política é a ideia de que a fé deve abranger todas as áreas da vida, incluindo o envolvimento cívico. Para muitos evangélicos, a política é vista como uma oportunidade de aplicar os valores e princípios cristãos no âmbito público, defendendo questões como a defesa da vida, da família e da justiça social. 

Podemos, também, ver nas escrituras que Deus tem uma participação política muito ativa, estabelecendo reis, ou depondo reis. Vejamos algumas passagnes em que vemos essa atuação do Senhor:


  • Ele muda as épocas e as estações; destrona reis e os estabelece. Dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos que sabem discernir. Daniel 2:21
  •  tenham o cuidado de nomear o rei que o Senhor, o seu Deus, escolher. Ele deve vir dentre os seus próprios irmãos israelitas. Não coloquem um estrangeiro como rei, alguém que não seja israelita. Dt.17: 
  • Por meu intermédio, reinam os reis, e os príncipes decretam justiça. Por meu intermédio, governam os príncipes, os nobres e todos os juízes da terra. Provérbios 8:15-16.
  • O coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor; ele o dirige para onde quer. Provérbios 21:1
  • Eu fiz a terra, os seres humanos e os animais que nela estão, com o meu grande poder e com meu braço estendido, e eu a dou a quem eu quiser. Jeremias 27:5


Vamos ficar só nessas passagens, mas podemos nos lembrar que foi o Senhor quem estabeleceu Davi, Saul e Salomão como reis. 


Alguns criticam a atuação, às vezes negativa, de irmãos que ocupam cargos políticos. Entretanto, precisamos entender que o Senhor ainda está lidando com o ser humano caído, portanto sujeito a falhas, mas no geral a maioria dos políticos evangélicos procuram atuar buscando respeitar e defender os princípios cristãos. Se Deus quisesse, neste mundo caído, escolher só pastores sem defeito, os chefes de família para ser cabeça da família também sem defeito, ou escolher governantes sem defeito, Ele não teria ninguém com quem pudesse contar para esses cargos, pois, como já disse, vivemos em um mundo caído e, além disso, Deus não tirou o livre arbítrio, e o ser humano continua fazendo besteiras.


Aliás, Gostaria de saber se os irmãos que são contra a participação política dos  cristãos exercem a sua obrigação de cidadão votando quando há eleições. E, ainda, se votam em branco ou se escolhem  em quem votar. E mais, quando foi dado as mulheres o direito de votar, o que é muito justo, gostaria de saber se eles seriam contra o voto feminino.


Quando alguém diz que o crente não deve se envolver com política e que o pastor tenha função é só de pregar a palavra, então está dizendo que ele não pode ter atuação na vida da sociedade. Ele não pode ter opinião sobre questões de saúde, de direito, de engenharia, de educação enfim deve ser um alienado sem opinião. Ele Não deve ter participação na eleição daqueles que vão governar a nação, e quando olhar para o lado e vir pessoas sem assistência na saúde, passando fome, vendo a violência grassando, vendo o aborto, enfim, vendo a  injustiça por todo lado, deve virar e dizer: isso é obra de satanás, nós cristãos não temos nada com isso, mesmo tendo sido omissos. Alguns poderão até culpar a Deus. O pastor tem a função, primordialmente de cuidar das ovelhas e se está nas mãos dele o direito de lutar para eleger quem irá governá-las e se negligencia, não está demonstrando preocupação com o futuro das pessoas aqui na terra. Não importa se vão sofrer ou não. Inclusive demonstra desinteresse em saber se quem vai governar a nação vai perseguir a igreja ou não.


Veja o que disse Charles Spurgeon sobre religião e política: “Só os tolos acreditam que política e religião não se discute. Por isso os ladrões permanecem no poder e os falsos profetas continuam a pregar.”


Quando começamos a pensar em todas as coisas que estão implicadas na política, a lista é realmente longa. Novamente, é uma lista de muitas questões polêmicas. Aqui estariam apenas algumas das questões que são questões políticas, questões polêmicas em nosso tempo atual.

Incluiria coisas como:
Os direitos básicos dos cidadãos, a interpretação correta da nossa Constituição. Questões relacionadas com a política externa, a imigração,
militar, o controlo de armas, as alterações climáticas, a justiça racial, a economia, a relação entre os governos locais e estaduais com o governo federal, o aborto, a definição de casamento, direitos LGBTQ+, liberdade de expressão, questões da saúde, educação, segurança, e a liberdade de culto, ou não. Enfim, a lista é enorme, pode-se dizer que abrange todas as áreas da vida do cidadão. 

Agora, é claro que é importante reconhecermos que, embora o governo e os líderes políticos e autoridades sejam divinamente instituídos, e isto faz parte da ordem da criação, também vivemos num mundo caído, portanto, estas mesmas instituições também são marcadas pelo pecado. Isso significa que não existem governos perfeitos. Isso significa que não existem nações que invariavelmente praticam a justiça em todas as coisas. Significa que viveremos sempre num sistema falido porque vivemos num mundo falido. É compreender que isso matiza a forma como pensamos sobre a nossa responsabilidade para com o governo.

Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor.

Portanto são muitas as pessoas, e mesmo nós, que sofre sem educação,  saúde adequada, sem segurança e muito mais. Tudo isso porque alguém insensível ao sofrimento do próximo votou mal ou mesmo se omitiu não votando, deixando de exercer a cidadania que é um privilégio que temos na nossa nação, e com nossas atitudes podemos estar desprezando essa benção que Deus tem nos permitido em nosso país. Muitos povos, de outras nações sonham em ter o direito que nós temos de livre arbítrio para escolher nossos governantes. Portanto agradeçamos a Deus pelo privilégio que temos de eleger quem nos governa  em nossa nação. Não exercer essa liberdade que temos é ingratidão e falta de pensar no coletivo, na melhora da situação em que vivem nossos irmãos carentes, e, mesmo, melhorar a qualidade de vida em geral.

Senhor, nosso Deus, dê aos irmãos em geral a visão de que o próprio Senhor Jesus nos aconselha a que sejamos “sal e luz” no mundo. Eis o que Jesus disse: “Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. Mateus 5:13-16

Amém!