TRAIÇÃO OU FIDELIDADE, CONSEQUÊNCIAS 

Vamos refletir sobre um tema que atinge diretamente a maioria das pessoas: a Traição ou a Fidelidade. É um tema que está presente nas páginas das Escrituras e que também faz parte de nossas experiências cotidianas. A traição, infelizmente, é uma parte sombria da condição humana. Judas traiu Jesus com um beijo, numa demonstração externa de afeto que escondeu uma intenção maligna. Isso nos lembra que a traição muitas vezes se disfarça sob uma aparência de amizade. Quando somos traídos, sentimos dor, desilusão e raiva, porque ela vem normalmente de onde e de quem jamais esperávamos, pois quase sempre trata-se de pessoas queridas nossas e de nossa total confiança. Contudo, a Palavra de Deus nos ensina que a resposta não deve ser ódio, mas amor e perdão. 


A traição pode assumir muitas formas em nossas vidas. A traição é uma escolha egoísta, muitas vezes motivada por desejos momentâneos de ganho pessoal ou prazer. Ela pode vir de diferentes fontes de relacionamento. Pode ser a traição de um amigo, a traição de um cônjuge, na amizade, na família,  a traição de colegas de trabalho, a traição até de irmãos em Cristo, ou mesmo de um líder espiritual.   Ela não apenas causa dor emocional, mas também pode abalar a autoestima e deixar cicatrizes profundas. Independentemente de como ela se manifesta, a traição nos desafia a olhar para dentro de nós mesmos e nos questionar sobre a nossa fé é verdadeiramente genuína. Será que somos capazes de perdoar como Jesus perdoou? 


Por outro lado, não podemos negar que a fidelidade é um dos princípios fundamentais do cristianismo e que traz as bênçãos de Deus. Quando lemos a história de José no Antigo Testamento, vemos um exemplo notável de fidelidade. Ele foi traído, sendo vendido como escravo por seus próprios irmãos, mas permaneceu fiel a Deus. Sua fidelidade o levou a prosperar mesmo nas circunstâncias mais difíceis. Deus recompensa a fidelidade, pois é um testemunho de nossa confiança em Deus, mesmo quando enfrentamos adversidades. Em Provérbios 3:3-4, lemos: "Nunca deixe a fidelidade e a bondade te abandonarem; amarre-as ao redor do pescoço, escreva-as na tábua do seu coração. Então você encontrará favor e boa compreensão diante de Deus e dos homens." Isso nos mostra que a fidelidade é uma virtude que deve estar gravada em nossos corações.

Já a traição leva a muito sofrimento e dor. Jacó enganou seu pai Isaque para ficar com a primogenitura que pertencia a seu irmão, Esaú. Ele recebeu a primogenitura, mas, assim como enganou seu pai,  também amargou com a traição do próprio filho com uma de suas mulheres (Gen 35:22). 


"Traição ou Fidelidade" é uma escolha que temos que fazer todos os dias em nossas vidas. Que possamos, com a ajuda divina, escolher a fidelidade, construir relacionamentos sólidos e encontrar a paz que só Deus pode dar. A fidelidade, por outro lado, é um reflexo do caráter divino. Quando Deus faz promessas, Ele as cumpre. Nossa fidelidade a Ele deve ser igualmente inabalável. É importante observarmos que quando um cônjuge trai o outro, ele está traindo também as testemunhas que estavam presentes durante a  cerimônia matrimonial de casamento. E, portanto, também  está traindo o próprio Deus que foi chamado, no altar, para testemunhar as promessas de aliança eterna: “ Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão. E perguntais: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança”. Malaquias 2:14. Vemos aí, nesse versículo, que a traição leva a Deus não ouvir nossas orações.

Lembremos das palavras do salmo a seguir “ Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco, e a Fidelidade do SENHOR subsiste para sempre. Aleluia!  Salmos 117:2. Veja bem à misericórdia de Deus é GRANDE e a fidelidade de Deus é ETERNA. Às vezes uma pessoa, ou nós mesmos, somos fiéis por um bom tempo, mas com a alteração das circunstâncias, às vezes mudamos, mas Deus não muda ele é sempre fiel.


Estava escrevendo esse texto, quando me deparei, na internet, com um vídeo em que a pessoa traz argumentos sobre as consequências desastrosas, também, para quem trai, o que pode nos levar a uma maior reflexão sobre esse assunto. O vídeo diz:  “Ao trair você vai ficar pobre, ficar distante de Deus, ter depressão, ter baixa autoestima, vai fazer você ficar com raiva das pessoas, vai fazer seus filhos ficarem com raiva de você. Portanto, não tem benefício nenhum, não é lógico, não é inteligente, não é bonito, demonstra ser uma pessoa insensata. Dificilmente alguém poderá dizer, traí e hoje eu estou bem. Estou abençoado. Estou mais próspero. Você só vai carregar culpa. A depressão vai ser intensa. E poderá ter síndrome do pânico, vai passar a desconfiar de todo mundo, achando que vão traí-lo também. Ou seja, você passa a ser uma pessoa extremamente ciumenta, possessiva, porque você já fez isso com alguém e teme que o mesmo lhe aconteça. Você  é mais honrado? Mais valorizado? Você dorme bem? Você vai falir, não só financeiramente, mas também espiritualmente. Fisicamente você vai definhar. Resumindo, traição nunca é uma boa opção. É melhor ser conhecido como vítima, do que como bandido” Se você caiu nessa cilada, peça perdão a Deus e peça a Ele para dar-lhe força para nunca mais cair nessa armadilha

Portanto, enquanto navegamos pelas águas muitas vezes turbulentas da traição e da fidelidade, lembremo-nos de que somos chamados a refletir o caráter de Deus em tudo o que fazemos. Devemos buscar a fidelidade em nossas relações com os outros e com Deus, mesmo quando somos confrontados com a traição. Que possamos ser conhecidos como um povo de fidelidade, amor e perdão, dando bom testemunho para os perdidos, assim como nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo fez.

Que Deus abençoe a todos nós e nos dê a graça de viver vidas de fidelidade em um mundo marcado pela traição. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 

Amém!