Se formos honestos, vamos admitir que o perdão não é uma tarefa fácil. Há pessoas que nos fazem muita raiva, nos tratam mal no trânsito; no trabalho; no convívio do lar; nas repartições públicas e até na igreja.

Contudo, precisamos entender que algumas pessoas  que atravessam nosso caminho, e nos perturbam,  servem na verdade para o nosso crescimento. Portanto, se olharmos por esse aspecto vai facilitar muito tomarmos a atitude de perdoar.

Portanto, perdoar não significa exatamente esquecer, mesmo porque, dependendo da ofensa, do dano causado é impossível esquecer. Não quer dizer que vamos, por exemplo, colocar uma pessoa que maltratou nossos filhos, para tomar conta deles novamente. A afronta sofrida pode ser assim sendo um aprendizado. 

Além do mais, o resultado dessa tribulação vai depender de como reagimos a ela. É só lembrarmos que Golias promoveu Davi, os irmãos do José do Egito levaram-no ao sucesso, a cegueira momentânea de Paulo levou-o a mudar de atitude, e o quase sacrifício de Isac por Abraão colocou-o como o pai da fé, etc.

Mas, perdoar até que ponto? Jesus respondeu que “até setenta vezes sete”, ou seja, quantas vezes for necessário. Jesus também disse que “...se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai não perdoará as vossas ofensas.” Se Deus nos perdoa todos os dias, se necessário, também devemos fazer o mesmo com nosso próximo.

Nosso relacionamento com nossos irmãos será um reflexo de nosso relacionamento com Deus. Se há um problema horizontal, então provavelmente há também um problema vertical que precisa ser consertado. Devemos perdoar, e sempre, especialmente o não crente, porque ele não sabe o que está fazendo. O inimigo de nossas almas levou-o à cegueira espiritual, mas nosso perdão pode ser o veículo para a salvação dele.

Quase sempre achamos que não merecíamos a afronta recebida, e isso torna mais difícil para liberármos o perdão. É preciso lembrarmos de Estévão, quando estava sendo apedrejado perdoou seus agressores, mesmo ele não mercendo aquilo. A mesma coisa foi Jesus, quando estava sendo crucificado, perdoou seus algozes: “Pai, pedoa-os porque não sabem o que fazem. Veja o que o Salmo 103.9-10 diz: “Não acusa sem cessar nem fica ressentido para sempre;não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniqüidades.”

Curiosos é que aquela pessoa que nos ofendeu, às vezes, vem a se encontrar em uma posição em que poderíamos nos vingar. É um teste para nós. Se pudermos devemos abençoá-la: “Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele, e o Senhor recompensará você.” Prov 25.22. Esse amontoar brasas vivas, dentre outras coisas, pode significar que o ofensor venha a refletir sobre o que fez e possa se converter, por isso o provérbio acima diz que “o Senhor o recompensará”.

Nessa questão de perdão, talvez o mais difícil não seja perdoar, mas pedir perdão. Isso porque achamos que pedir perdão é sinônimo de fraqueza, ou confissão de culpa. É por isso que somente as pessoas cheias do Espírito Santo são capazes de tal ato de altruísmo. Sigamos, portanto, a orientação do Espírito Santo, quando ele nos sensibilizar para pedirmos perdão a alguém, devemos fazê-lo.

Outro aspecto da questão perdão é que devemos ficar atentos para também nos perdoar. Muitas pessoas sofrem várias enfermidades porque vivem presas ao sentimento de culpa por alguma coisa que fez no passado. Esse foi o caso de Judas, que não se perdoou por ter traído Jesus, e acabou se matando. Lembre-se, se Deus nos perdoou, quem somos nós para não nos perdoar.

Já ouvi também de pessoas que dizem que não perdoam Deus por alguma coisa que aconteceu nas suas vidas. Elas se esquecem de que Deus é amor, e que só age em nosso favor, nos trata como filhos. Veja o que a carta aos Hebreus diz :”Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.” He. 12.8

Para finalizar, uma das melhores maneiras de perdoar alguém é orar por ela. Sabemos que é muito difícil orar por quem nos odeia, mas é mais difícil ainda odiar a pessoa por quem oramos.
Que Deus nos dê um coração perdoador, em nome de Jesus!
Amém
Pr Lúcio Barreto (pai)